REVERBDATA é uma base de dados com Património Acústico de espaços Portugueses significativos. Contem Respostas ao Impulso de Espaços (RIR) de espaços que são selecionados com base na sua importância do ponto de vista acústico, arquitetónico, cultural e funcional. Respostas ao impulso multicanal são registadas em diversos locais dentro dos espaços selecionados, processadas e alimentadas na base de dados, fornecendo uma interface para navegação e geração de reverberação artificial. Utilizando técnicas avançadas e otimizadas de medição e processamento, as RIR são adquiridas sob diferentes formatos multicanal para permitir posteriormente uma reprodução sonora imersiva e precisa através de reverberação por convolução FFT. As bases de dados contendo respostas ao impulso de espaços têm sido desenvolvidas e exploradas em áudio e acústica, fornecendo uma valiosa coleção de informação acústica medida ou simulada que descreve quase completamente as características acústicas dos diferentes espaços.

Os dados dividem-se em documentação arquitetónica, medições acústicas com informação associada e materiais fotográficos. No que diz respeito às medições acústicas, está disponível o áudio em bruto contendo os varrimentos e os RIR gravados in situ, bem como o áudio pós-processado contendo os mesmos RIR. Os RIRs estão subdivididos em duas categorias, a primeira contendo as respostas estéreo e binaurais (como ficheiros de ondas de 4 canais) e a segunda contendo as respostas Ambisonics nos formatos A e B. Neste último caso as respostas estão disponíveis nos formatos FUMA ou ACN/AMBIX. As respostas estéreo-binaural estão disponíveis normalizadas para o valor máximo ±1 ou escalonadas de acordo com as distâncias fonte-receptor. Por conveniência, os RIR mono adquiridos através do software ARTA (v1.9.7) estão também disponíveis na Base de Dados. Para cada RIR pós-processado, os principais parâmetros objetivos da acústica da sala (valores de banda larga e banda de oitava) estão disponíveis num ficheiro .txt.

Os autores agradecem a todas entidades que proporcionaram o acesso aos seus espaços, permitindo a criação da REVERBDATA.

Agradecemos a todos os estudantes da Licenciatura em Tecnologias da Música que têm participado no REVERBDATA.

IPL/IDI&CA2023/REVERBADATA_ESML


O Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa teve o seu concerto inaugural no dia 3 de Outubro de 1969, um dia após a inauguração oficial deste complexo. Com uma acústica excepcional, a sua concepção e construção visaram acolher diversas actividades culturais, nomeadamente música sinfónica e coral-sinfónica, congressos e conferências, ballet, teatro e cinema. O espaço foi projectado pelos arquitectos portugueses Alberto Pessoa, Pedro Cid e Ruy d’ Athouguia e pelo acústico britânico William Alexander Allen. Renovado em 2014, tendo a ARUP como consultora acústica, o Grande Auditório tem capacidade para 1203 pessoas, distribuídas por 36 filas em 3 níveis distintos.


O projeto para uma Igreja Nova nasce com o plano geral do Mosteiro de D. Basílio de Faria, Prior de Vallis Misericordiae entre 1613 e 1621. No entanto a construção da Igreja foi arrastada para uma segunda fase de obras, pois impunha-se a necessidade da construção do Ermitério. Cerca de um século depois, no priorato de D. Luís de Brito (1716 - 1746), reúnem-se as condições económicas que permitem avançar com a segunda fase de construções do Mosteiro Novo, muito graças às esmolas recolhidas por Gregório dos Santos no Brasil, que começaram a chegar a Laveiras no ano 1727. A 25 de março de 1733, realiza-se uma segunda bênção da Igreja e lança-se a primeira pedra da construção, na presença do primeiro patriarca de Lisboa, D. Tomás de Almeida. Segundo alguns autores as obras propriamente ditas, terão iniciado em 1736. Nesse ano, o Frei Gregório consegue arrecadar mais 99.800 reis de benfeitores em Portugal e o Mosteiro recebe uma generosa contribuição do rei D. João V para as obras da Igreja Nova.

Retirado do artigo: Guerin, A.; Marrinhas, M. L.; Bulhões, D. , “Santa Maria Vallis Misericordiae – A Cartuxa em Oeiras”, Municipality of Oeiras, Oeiras 2023.

Em 1746 a Igreja já estava edificada e em uso, faltando somente o painel da capela mor, e no frontispício o nicho de Nossa Senhora e fogaréus do seu remate, o que logo se conclui-o. A Igreja Nova é edificada a Sul do Eremitério e alinhada com o eixo deste, como tradição da arquitetura monástico da Ordem de São Bruno. A oeste encontra-se o Claustro Pequeno e respetivas dependências da vida comunitária monástica. A arquitetura e distribuição dos espaços de uma Igreja Cartuxa está ao serviço de um culto que obedecesse a regras e estatutos específicos da Ordem de S. Bruno, razão pela qual o espaço apresenta características próprias da Ordem.

A igreja, de ampla fachada em pedra calcária, é encimada por uma imagem da Virgem com o Menino e foi construída no século XVIII. Pela sua excelente acústica, este espaço tem recebido regularmente concertos da Orquestra Metropolitana de Lisboa e da Orquestra de Cascais e Oeiras.


Situado na cidade de Ponta Delgada, é o maior espaço de entretenimento da Região Autónoma dos Açores. Construído em 1917, foi adquirido, remodelado e reinaugurado pela Câmara Municipal de Ponta Delgada em 2005. Pode acolher uma grande variedade de eventos, desde espectáculos em auditório convencional e espectáculos em arena de circo, a espectáculos como café-concerto, concertos de rock, banquetes, casino, congressos, feiras e bailes.


O Convento de Cristo, Património da Humanidade UNESCO, é um conjunto edificado monumental situado na cidade de Tomar. Foi construído continuamente entre os séculos 12 e 16. O Convento de Cristo é conhecido pela sua história templária e pelos seus diversos estilos arquitectónicos e possui uma inegável importância histórica, cultural e arqueológica.

Hoje em dia encontra-se permanentemente aberto ao público e ocasionalmente têm lugar no convento exibições artísticas e eventos culturais como concertos e peças.

Os registos acústicos foram efectuados em 4 espaços significativos do Convento de Cristo: na Igreja do Convento (Charola e Corpo da Igreja), no Claustro Principal D. João III, no Refeitório e na Cisterna (do Claustro dos Corvos), permitindo assim uma preservação bastante completa e única do património acústico do complexo monumental.

Situada no 3º piso, a Igreja do Convento de Cristo é composta pela Charola e pelo Corpo da Igreja.

A Charola é um primitivo oratório românico dos Templários, em forma de rotunda fortificada e inspirado no Templo de Jerusalém, datado do século XII. Dessa época são os capitéis das colunas centrais e a pintura sobre pedra alusiva a São Cristóvão. O Corpo da Igreja, construído na campanha manuelina de 1510-15 por Diogo Arruda e João de Castilho, inclui a nave, coro alto e o coro baixo e foi ligado à Charola por um grande arco rasgado nos muros do velho oratório. O tambor interior da rotunda foi convertido em capela-mor.

Entre 1510-15, D. Manuel I promoveu também o enriquecimento decorativo da Igreja, através de obras de talha, estuque e pintura a fresco e a secco. Datam dessa época a estatuária de madeira da capela-mor e o cadeiral do coro alto – este desaparecido -, trabalhos concebidos pelo escultor flamengo Olivier de Gand e terminados por Fernão Munhoz, assim como o conjunto de tábuas monumentais executadas pelo pintor régio Jorge Afonso. Ainda no século XVI foram acrescentados quadros dos altares periféricos da Charola, de Gregório Lopes (1536-38), e a decoração a fresco do arco triunfal, de Domingos Vieira Serrão e Simão de Abreu (1592-97).

O Claustro Principal (Claustro D. João III), é a obra magna do convento renascentista edificado pelo rei D. João III, extramuros do castelo, e rodeando a nave com que o pai, D. Manuel I, ampliou a igreja templária.

Faz parte do grupo de quatro grandes claustros em torno dos quais assenta a estrutura formal da espacialidade conventual. Contíguo à Igreja do Convento, o Claustro D. João III flanqueia a fachada sul da nave manuelina. A sua traça é diversa da restante arquitectura conventual castilhiana. Refeito após a morte de Diogo de Castilho, por Diogo de Torralva, no estilo maneirista do Cinquecento italiano, este claustro irá receber uma graciosa fonte de água, da lavra de Fernandes Torres, alimentada pela água do aqueduto conventual. É considerado uma obra-prima da Renascença europeia.

O Refeitório, construído por João de Castilho durante a grande campanha de D. João III, deve ter sido concluído entre 1535 e 1536 de acordo com as inscrições nos púlpitos destinados à leitura durante a refeição.

O espaço possui umas interessantes nervuras perspectivadas na abóbada e tem uma antecâmara que serviu de aparador e que comunica com a cozinha. Sob o refeitório localiza-se a adega do vinho e outras dependências de cariz agrícola, em articulação com o laranjal (Horta dos Frades) e a cerca do Convento. A actual organização das mesas deveu-se a obras posteriores, do tempo do Seminário das Missões (1922-92).

A Cisterna (do Claustro dos Corvos), edificado entre 1543 e 1546 por João de Castilho, foi utilizada provavelmente para regas. O próprio Castilho chamou a este espaço o claustro do celeiro. A cisterna tem acesso exclusivo por uma pequena escada, junto à porta da cozinha dos frades.

A Cisterna de formato quadrangular tem duas galerias de dupla arcada separadas por contrafortes, que sobem até ao 3.º registo a sul e oeste, e coberturas e suportes idênticos aos do Claustro da Micha. Rodeiam a quadra 4 corpos de 3 pisos, sendo o lado sul ocupado pelo antigo celeiro (hoje capela), o lado norte pela cozinha (piso térreo) e as celas do noviciado (1.º piso) e o lado este pelo Refeitório e pelas celas do braço sul dos dormitórios.


Pode considerar-se que as raízes da ESELx remontam ao reinado português de D. Luís e ao ano de 1862, quando foi criada a Escola Normal Primária de Lisboa. Instalada no Palácio dos Marqueses de Abrantes, em Marvila, esta Escola admitia apenas alunos do sexo masculino. A Escola Normal Feminina, localizada no Calvário, iniciou a sua atividade no ano de 1866. A partir de 1914, as duas Escolas Normais fundiram-se e passariam a funcionar em regime de coeducação, em edifício próprio, localizado na Quinta de Marrocos em Benfica, no ano de 1919. Trata-se do edifício onde hoje se encontra instalada a Escola Superior de Educação de Lisboa.Este edifício tem vindo a sofrer obras de restauro, manutenção e recuperação, as quais têm permitido adaptar, rentabilizar e melhorar os espaços, tornando-os mais funcionais e consentâneos com as atividades que a Escola desenvolve.A ESELx apenas deu início às suas atividades em 1985 com a nomeação da Comissão Instaladora. Durante oito anos, de 1985 a 1993, a Escola desenvolveu atividades nos diversos domínios de intervenção que lhe foram atribuídos - formação inicial, contínua e especializada; profissionalização em serviço; investigação, pesquisa e desenvolvimento; prestação de serviços à comunidade - a par com as tarefas inerentes ao regime de instalação. Em 1 de Janeiro de 1994, na sequência da homologação dos estatutos da Escola, assumiu funções o Conselho Diretivo, eleito pelos membros da comunidade escolar.

Retirado da página do ESELx em "História"

Situado na Escola Superior de Educação de Lisboa, tem uma lotação máxima de 300 pessoas e permite uma variedade de eventos culturais como teatro, cinema, concertos e conferências. O espaço dispõe de uma área de plateia plana, com cadeiras individuais e um balcão em formato circular.


A ESML foi criada em 1983 na sequência da reconversão do Conservatório Nacional, tendo sido integrada no Instituto Politécnico de Lisboa em 1985. A ESML assume como sua a missão da formação artística, técnica, tecnológica e científica, ao mais alto nível, de profissionais na área da Música. Apresenta-se, no panorama nacional e internacional, como uma escola de referência, o que se alicerça não só nas suas origens e na reconhecida qualidade do seu corpo docente de nível internacional, mas também na dinâmica, diversidade, projecção e prestígio das suas realizações artísticas nos domínios da produção e divulgação artística, do ensino e da investigação, as quais ilustram e corporizam o seu compromisso com a constante procura da excelência, de abertura à inovação e à contemporaneidade. Localizada no Campus de Benfica do IPL, dispõe de instalações de reconhecido prestígio internacional no plano arquitectónico, bem como de equipamentos adequados à sua actividade formativa. Na prossecução da sua missão promove um ambiente de ensino/aprendizagem dotado dos mais altos padrões de exigência e de qualidade, orientando os estudantes no sentido do seu desenvolvimento com vista a desempenhos profissionais empreendedores, nacional e internacionalmente competitivos e socialmente relevantes, nas áreas das Artes e Indústrias Musicais.

Retirado da página da ESML em "sobre nós"

Também designado Auditório Vianna da Motta localiza-se na Escola Superior de Música de Lisboa. Este espaço foi desenhado pelo arquitecto português Carrilho da Graça e pelo acústico belga Daniel Commins. O palco possui um piso plano de madeira sobre vigas, a zona de audiência está inclinada aproximadamente 20º em relação ao plano horizontal e possui dois lanços de escadas de madeira entre as filas de cadeiras. As paredes que rodeiam o público circundam continuamente o palco numa forma aproximadamente trapezoidal e consistem inteiramente em difusores e reflectores acústicos com formato otimizado para grande escala.

Localizada na Escola Superior de Música de Lisboa, esta sala foi desenhada pelo arquitecto português Carrilho da Graça. Tem capacidade para 58 pessoas, com características que lhe conferem versatilidade para acolher diversos eventos culturais, como música, conferências, teatro, dança e cinema.

Localizada na Escola de Música de Lisboa, esta sala é específica para a prática e ensaio de música de órgão, realizando também apresentações periódicas para pequenos grupos.


A Igreja da Misericórdia da Lourinhã remonta a 1626, estando a sua data de construção inscrita no tímpano, à entrada. A fachada da Igreja é de empena de bico e na porta, sobrepujada com tímpano triangular, onde se inscreve a data de 1626 e a frase: "Bem-aventurados os misericordiosos porque alcançarão a misericórdia". No edifício onde se localiza a Igreja, encontra-se um portal Manuelino, de grande valor artístico, que pertenceu à Capela do Espírito Santo.

A Igreja está actualmente inserida no Espaço Museológico da Santa Casa da Misericórdia da Lourinhã. Este espaço, no coração da vila, apresenta um acervo de valor inestimável, com obras de arte sacra, objectos litúrgicos e informação histórica extremamente relevante para entender o papel da Santa Casa da Misericórdia como parte activa no desenvolvimento da vila da Lourinhã, ao longo dos últimos 450 anos.


É uma famosa discoteca situada em Lisboa, inaugurada a 29 de Setembro de 1998. O Lux Frágil, para além de bar e discoteca, já recebeu concertos, performances, exposições, apresentações de livros e gravações e até esteve no plateau de muitos programas de televisão.


O Real Edifício de Mafra é um Sítio Cultural inscrito na Lista do Património Mundial pela UNESCO, em 2019, integrando o Palácio Real, a Basílica, um Convento, o Jardim do Cerco e uma vasta tapada.

Com mais de 1200 hectares classificados, este é o maior monumento nacional português, dos quais mais de 38.000 m2 são referentes ao Palácio-convento, mandado construir pelo rei D. João V.

A UNESCO reconheceu este monumento como um feito de arquitetura, de engenharia e da capacidade do génio humano. Baseado em projetos de Filippo Juvarra, o seu desenho final foi realizado pelo germânico Johann Friedrich Ludwig (João Frederico Ludovice) e a construção conduzida pelo engenheiro-mor do reino, Custódio Vieira. A primeira pedra foi lançada a 17 de novembro de 1717 e a sagração da Basílica ocorreu a 22 de outubro de 1730.

No seu interior destaca-se uma das mais importantes bibliotecas iluministas da Europa, com cerca de 38.000 volumes. As torres sineiras da Basílica comportam um dos maiores conjuntos sineiros do mundo, constituído por dois carrilhões com um total de 98 sinos; e no interior desta capela real, seis órgãos históricos, instalados entre 1792 e 1807, que voltaram a ecoar na Basílica após o seu restauro integral em 2010. Não sendo residência habitual da Família Real, o Paço de Mafra foi sempre muito visitado pelos reis, para assistirem a festas religiosas ou caçar na Tapada.

Retirado da página https://palaciodemafra.pt

A Basílica do Real Edifício de Mafra é inspirada nas grandes igrejas de Roma, possui uma das mais significativas coleções de escultura italiana do seu tempo, com 58 estátuas, um grande crucifixo com arcanjos em adoração e três altos relevos, bem como um importante conjunto de pintura, representativa de alguns dos mais célebres pintores ativos em Itália e França, no início da década de 1730. A coleção de paramentos e alfaias litúrgicas da Basílica é também muito significativa, pela sua qualidade e raridade.

Destacam-se, ainda, o conjunto sineiro, com 120 sinos, os quais integram dois dos maiores carrilhões do século XVIII, fundidos em Antuérpia e Liége nas oficinas de Willem Witlockx e de Nicolas Levache, respetivamente. Aos sinos associam-se dois relógios datados da primeira metade do século XVIII, bem como, quatro autómatos para música automática.

No interior da Basílica encontra-se um conjunto de órgãos de tubos, único no mundo, composto por seis instrumentos concebidos para poderem tocar em conjunto, construídos entre 1792 e 1807 pelos organeiros portugueses António Machado e Cerveira e por Joaquim Peres Fontanes.

A Biblioteca do Palácio é um dos espaços mais icónicos do monumento. É uma das maiores bibliotecas europeias do século XVIII, numa única sala, com 1000 m2. Aqui se reúnem cerca de 30.000 volumes que refletem os principais temas da cultura iluminista, mais racional e científica, predominando temas religiosos, mas também de medicina, farmácia, história, geografia, literatura, filosofia, arquitetura e arte, direito, literatura, etc.

A instalação das estantes ocorreu em 1776 e, apenas em 1791, os livros foram distribuídos nas prateleiras. No início do século XIX, Frei João de Santa Ana finalizou o segundo inventário dos livros e organizou-os conforme ainda hoje se mantêm, estando a parte norte reservada aos temas religiosos, e a parte sul, às ciências exatas e a temas de caráter civil.

Além dos livros impressos, também aqui existe uma importante coleção de livros de música, de incunábulos (obras impressas entre 1455 e 1500, como a Crónica de Nuremberga, de 1493), e uma coleção de livros manuscritos e iluminados, como os Livros de Horas, do século XV. No seu arquivo subsiste uma vasta coleção de partituras musicais de diversos compositores: Marcos de Portugal, João de Souza Carvalho, José Joaquim dos Santos, João José Baldi, entre outros, muitas delas destinadas aos órgãos da Basílica.

Confirmando a importância da Biblioteca de Mafra, o Papa Bento XIV concedeu-lhe uma bula, em 1754, autorizando a que aqui se conservassem livros proibidos pelo Index, obras consideradas subversivas ou por tratarem de temáticas condenadas pela Igreja e pelo Estado.


É a sala principal do Teatro Nacional D. Maria II em Lisboa. O auditório Almeida Garrett foi projetado pelo arquiteto italiano Fortunato Lodi em formato clássico de ferradura e inaugurado a 13 de abril de 1846. Em 1964, o teatro foi destruído por um incêndio, que levou à reconstrução total do edifício, inaugurado em 1978. O projeto de restauro teve como foco proporcionar as melhores condições acústicas possíveis, visando um tempo de reverberação de 1 segundo. Hoje em dia esta sala ainda é utilizada principalmente para apresentações teatrais, mantendo assim a sua finalidade original.


Teatro de inspiração seiscentista, em estilo neoclássico e com algumas influências italianas, nomeadamente do teatro di San Carlo, de Nápoles (traçado em 1737 por G. A. Medrano) e do teatro dela Scalla de Milão (de Guiseppe Piermarini e construído entre 1776 - 78). A sua fachada, de grande sobriedade decorativa, inspira-se especialmente neste último. Na decoração interior do teatro de São Carlos participaram vários artistas destacando-se, por exemplo, Cirilo Volkmar Machado (teto do vestíbulo e pano da boca de cena), o italiano Appiani (camarote real) e Manuel da Costa (teto do salão). Construído como teatro de corte - com todas as suas características na arquitetura interna e função - para a burguesia, constituindo o primeiro teatro público, aberto a todo e qualquer cidadão pagante. A sua rápida construção, em apenas 6 meses, devido ao grande impulso do Intendente de Pina Manique, mas também ao facto de se implantar num terreno de declive e, segundo o arquiteto Luís Benavente, aproveitar um troço da muralha fernandina que ali passava.

Da autoria do arquiteto José da Costa e Silva, o Teatro foi construído entre 1792 e 1793 e inaugurado a 30 de junho de 1793, com um programa composto pela ópera “La Ballerina Amante”, de Domenico Cimarosa, seguido pelo bailado “A felicidade lusitana”, de Caetano Gioia e foi incluído um elogio cantado, composto por António Leal Moreira, no âmbito das celebrações da gravidez da princesa Carlota Joaquina, a quem foi dedicado o Teatro de São Carlos.

Monumento Nacional desde 1996, o Teatro Nacional de São Carlos é um dos mais antigos teatros da Europa e o único teatro lírico em Portugal.

Localizado no centro histórico de Lisboa, ao Chiado, está implantado entre prédios oitocentistas e tem nas proximidades outros imóveis classificados. O Teatro Nacional de São Carlos é integrado por um conjunto arquitetónico constituído por três imóveis: o corpo principal do Teatro, construído entre 1792 e 1793 e classificado Monumento Nacional, o anexo Duques de Bragança incorporado no ano de 1888 e um terceiro denominado anexo Serpa Pinto, incorporado em 1933. O corte longitudinal do Teatro, identifica claramente os três volumes articulados e uma cobertura diferenciada. No Interior estão considerados os espaços como: foyer, salão nobre, sala principal de ópera, de planta elíptica com cinco ordens de camarotes, de tipo italiano, caixa de palco, zonas técnicas, camarins, salas de ensaios e salas administrativas.

A sala principal de espetáculos do Teatro Nacional de São Carlos é vocacionada para Ópera. Através de colocação de refletores em formato de concha acústica a sala oferece também muito boas condições acústicas para concertos de música erudita.

O Salão Nobre do Teatro Nacional de São Carlos encontra-se ao nível da 4ª ordem de camarotes da Sala principal de espetáculos, e apresenta uma rica decoração interior ao gosto dos finais do séc. XVIII. Recebe recitais e concertos de diferentes formações instrumentais, leituras de ópera e apresentações mais intimistas.


Inaugurado a 21 de Março de 1994 pela Ordem Dominicana como o primeiro convento católico masculino construído em Lisboa desde os últimos 250 anos. Projetada pelos arquitetos portugueses José Fernando Gonçalves e João Paulo Providência, é uma igreja moderna, de linhas sóbrias e minimalistas, com um piso retangular e um pé-direito considerável. O espaço possui uma grande janela que se abre para o claustro interior, o chão é ligeiramente inclinado para o altar e a sua decoração interior é também muito minimalista, sem figuras ou imagens.


A sala principal deste cinema de Lisboa chama-se Manoel de Oliveira (em homenagem ao famoso cineasta português). O cinema foi inaugurado em 1950 e foi remodelado várias vezes, a última remodelação ocorreu em 2001. É uma sala com capacidade para 830 pessoas sentadas dividida em 3 bancadas de audiência.


O Mosteiro de São Vicente de Fora foi mandado construir por D. Afonso Henriques em 1147, na sequência de uma promessa durante o cerco de Lisboa: caso conseguisse conquistar a cidade de Lisboa aos mouros mandaria erguer o mosteiro dedicado a São Vicente, um santo muito venerado entre os moçárabes. Esse mosteiro foi fundado no mesmo ano, do lado de “fora” das muralhas da cidade e assim se justifica a toponímia do edifício.

Ao longo dos séculos, os diferentes reis portugueses foram deixando a sua marca no mosteiro, destacando-se a imponente reconstrução do séc. XVI ordenada por D. Filipe I de Portugal (II de Espanha), tornando o edifício num dos exemplos pioneiros do Maneirismo em Portugal. Destaca-se ainda o rico recheio artístico decorativo aplicado nos faustosos reinados de D. Pedro II e D. João V.

Numa visita ao Mosteiro, com uma das melhores vistas panorâmicas sobre o rio Tejo e a cidade de Lisboa, podem-se apreciar algumas pinturas de renome desde o séc. XVII até finais do séc. XVIII, bem como uma das maiores coleções de azulejos barrocos in situ no mundo, contando com mais de 100 mil azulejos, a qual inclui uma exposição única de 38 fábulas de la Fontaine. No Mosteiro encontra-se também o panteão real da última dinastia de reis portugueses (Dinastia de Bragança), uma imponente igreja com um baldaquino e órgão histórico do período Barroco, dois claustros com as paredes revestidas a azulejos, salas revestidas com mármore embutido, entre outras variadas exposições e espaços.

A Igreja do Mosteiro de São Vicente de Fora apresenta uma fachada de tipo italiano, sóbria e simétrica, com uma torre de cada lado e as estátuas dos santos Vicente, Agostinho e Sebastião sobre a entrada. A fachada contém dois torreões que se erguem em colunas vistosas, abertos de ventanas, ornados de platibanda. Do meio deles emergem duas cúpulas. Uma platibanda de trinta e três metros, adornada de enfeites, une os dois torreões sobre o corpo central. A Igreja apresenta uma planta longitudinal composta em cruz latina, de nave única com 6 capelas laterais intercomunicantes, transepto inscrito e capela-mor com retrocoro. No interior da Igreja destacam-se um conjunto de obras mandadas construir pelo rei D. João V:

  • um baldaquino em estilo barroco de autoria de Machado de Castro, assente em quatro potentes colunas por cima do imponente altar, de autoria de João Frederico Ludovice (Johann Friedrich Ludwig), flanqueado por oito estátuas de madeira pintada de branco em tamanho natural, sobre altos plintos destacam-se oito imagens monumentais ao gosto italianizante da Escola de Mafra Ludoviciana, duas representando São Vicente e São Sebastião, tendo sido executadas por Manuel Vieira, a quem se devem ainda as belas esculturas de anjos, colocadas sobre as portas de acesso ao coro dos cónegos;
  • um órgão histórico construído em 1765 pelo organeiro João Fontanes de Maqueira, constituindo um dos melhores e maiores exemplares da organaria portuguesa do século XVIII;
  • um transepto, largo e de admirável sentido arquitetónico, limitado em volta por uma ordem de seis pilastras, idênticas às da nave. Sobre ele assentava o grande zimbório, que ruiu no terramoto de 1755. Atualmente, uma clarabóia em rotunda, de madeira, rasgada por oito janelas retangulares, disfarça de certo modo essa ausência.

O antigo mosteiro agostiniano adjacente à Igreja, com acesso pela nave desta, conserva a sua cisterna do século XVI e vestígios do antigo claustro. Destaca-se ainda pelos seus painéis de azulejos do século XVIII: à entrada, junto ao primeiro claustro, estão representadas cenas dos ataques de D. Afonso Henriques a Lisboa e Santarém da autoria de Manuel dos Santos. Em volta dos dois claustros, painéis de azulejos com cenas rurais, rodeados por desenhos florais e querubins, ilustram as fábulas de La Fontaine.


Equipamento usado na Aquisição

O procedimento de aquisição em termos de hardware e software utilizados tornou-se mais ou menos estável. Foram utilizados os seguintes equipamentos:

Fonte Sonora:
Altifalante omni dodecaedro Lookline DL-303.

Microfones:
2 Microfones de medição omnidirecionais Earthworks M30,
1 Cabeça Binaural Enthusiast B1-E com microfones BE-P1,
1 Microfone Sennheiser Ambeo VR,
1 Microfone Ambisonics Zylia ZM-1-3E de 3ª ordem.

Interfaces de Áudio:
Steinberg UR44, ESI U108PRE.

Software:
Scripts e funções personalizadas no GNU Octave 6.4.0, utilizando aritmética FP de dupla precisão e desenvolvida nos últimos anos pelos autores.

Procedimento de Aquisição

O altifalante dodecaedro foi utilizado para irradiar varrimentos sinusoidais exponenciais, ou varrimentos sinusoidais exponenciais sincronizados, gerados no software Octave.

Os varrimentos gravados com o conjunto de microfones foram registados de forma síncrona através da interface de áudio ASIO, compatível com o software Octave o qual calculou as respostas ao impulso correspondentes: estéreo, binaural e Ambisonics formato A de 1ª ordem (quando se utiliza o microfone Sennheiser Ambeo VR). Os varrimentos gravadas pelo microfone Zylia foram registados com o seu software proprietário (Zylia Studio) em ficheiros wave Ambisonics de formato A de 19 canais e as respostas ao impulso correspondentes foram também calculadas em Octave.

As respostas ao impulso foram obtidas desconvolvendo os varrimentos registados com o sinal inverso do varrimento exponencial sinusoidal utilizado e gerado no software Octave. Quando foram utilizados varrimentos sinusoidais exponenciais sincronizados, a deconvolução foi feita analiticamente no domínio da frequência empregando a Transformada de Fourier do sinal sinusoidal varrido de forma sincronizada.

Os varrimentos gravados através de microfones estéreo, binaural e Ambisonics de 1ª ordem foram digitalizados com uma taxa de amostragem de 96 kHz, exceto para as duas aquisições mais antigas (ESML Great e Small Hall) onde foi utilizada uma taxa de amostragem de 44,1 kHz; foi utilizada uma profundidade de quantização FP de 32 bits em todos os casos. Para os varrimentos gravados com o microfone Ambisonics de 3ª ordem foi empregue uma taxa de amostragem de 48 kHz com uma profundidade de quantização FP de 32 bits .

Processamento RIR

O áudio bruto gravado in situ contendo os RIRs foi pós-processado com o propósito de remoção de ruído e para converter as respostas do formato A do Ambisonics em respostas convenientes do formato B. A eliminação de ruído é necessária devido ao ruído de fundo inerente que está presente nos espaços e, em menor grau, também na cadeia de aquisição, que limita a relação sinal-ruído (SNR) alcançável. Os SNRs obtidos (da ordem dos 80 – 90 dB, banda larga) são mais que suficientes para a caracterização dos espaços utilizando parâmetros acústicos de sala standard ISO 3382-1, mas o ruído presente nos RIRs pode ainda ser audível quando utilizados para convolução por reverberação. A solução adoptada consiste em truncar todas as respostas antes do decaimento atingir o nível do ruído de fundo. O procedimento empregue para este truncamento baseia-se no chamado algoritmo de Lundeby, que dá resultados muito bons na maioria dos casos.

Após a remoção de ruído, os principais parâmetros acústicos associados, especificados na norma ISO 3382-1, foram calculados para cada RIR e armazenados em ficheiros de texto. O conjunto de parâmetros calculados inclui os valores da relação sinal-ruído, tempos de reverberação (EDT, T10, T20, T30, T60), índices de clareza (D50, C50, C80), tempos centrais e valores IACC, no caso das respostas binaurais.

A conversão do formato A para o formato B foi realizada no Reaper utilizando os plug-ins proprietários da Sennheiser (Ambeo AB Format Converter, v1.2.0) e da Zylia (Ambisonics Converter v1.7.0).

Detalhes RIR para cada Espaço.

  • D. Alarcão,  A. Couto Pinto – ” The REVERBDATA Room impulse response database“, AES Europe 2024, Madrid, Spain, 15 – 17 June 2024 (https://aes2.org/publications/elibrary-page/?id=22551)
  • D. Alarcão,  A. Couto Pinto, G. Marramaque, F. Mendonça – ” REVERBDATA – a RIR database of Portuguese architectonic spaces“, TECNIACÚSTICA 2024, Faro, Portugal, 11 – 13 September 2024 (Ficheiro em PDF)

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