Acerca REVERBDATA
REVERBDATA é uma base de dados com informação acústica (Respostas ao Impulso de Espaços – RIR) de espaços Portugueses significativos. Estes espaços são selecionados com base na sua importância do ponto de vista acústico, arquitetónico, cultural e funcional. Respostas ao impulso multicanal são registadas em diversos locais dentro dos espaços selecionados, processadas e alimentadas na base de dados, fornecendo uma interface para navegação e geração de reverberação artificial. Utilizando técnicas avançadas e otimizadas de medição e processamento, as RIR são adquiridas sob diferentes formatos multicanal para permitir posteriormente uma reprodução sonora imersiva e precisa através de reverberação por convolução FFT. As bases de dados contendo respostas ao impulso de espaços têm sido desenvolvidas e exploradas em áudio e acústica, fornecendo uma valiosa coleção de informação acústica medida ou simulada que descreve quase completamente as características acústicas dos diferentes espaços.
Os dados dividem-se em documentação arquitetónica, medições acústicas com informação associada e materiais fotográficos. No que diz respeito às medições acústicas, está disponível o áudio em bruto contendo os varrimentos e os RIR gravados in situ, bem como o áudio pós-processado contendo os mesmos RIR. Os RIRs estão subdivididos em duas categorias, a primeira contendo as respostas estéreo e binaurais (como ficheiros de ondas de 4 canais) e a segunda contendo as respostas Ambisonics nos formatos A e B. Neste último caso as respostas estão disponíveis nos formatos FUMA ou CAN/AMBIX. As respostas estéreo-binaural estão disponíveis normalizadas para o valor máximo ±1 ou escalonadas de acordo com as distâncias fonte-receptor. Por conveniência, os RIR mono adquiridos através do software ARTA (v1.9.7) estão também disponíveis na Base de Dados. Para cada RIR pós-processado, os principais parâmetros do objetivo principal da acústica da sala (valores de banda larga e banda de oitava) estão disponíveis num ficheiro .txt.
O que é uma Resposta ao Impulso de um Espaço?
Uma Resposta ao Impulso de um Espaço (RIR) é como uma fotografia acústica de um espaço. Contém informação completa sobre como o som é ouvido e percebido dentro do espaço devido à reverberação.
A reverberação é um fenómeno auditivo comum experimentado diariamente, resultante da interação do som com o meio envolvente. Este efeito, que é particularmente audível em espaços fechados devido aos numerosos ecos que surgem, é muitas vezes incorporado artificialmente na música gravada e produzida electronicamente, bem como noutros meios de comunicação como o cinema, aplicações de realidade virtual e jogos de computador. Usando RIRs juntamente com uma técnica chamada reverberação por convolução podemos obter a exacta sensação acústica experimentada em espaços reais.
Espaços Portugueses
Agradecimentos
Os autores agradecem a todas entidades que proporcionaram o acesso aos seus espaços, permitindo a criação da REVERBDATA.
Agradecemos a todos os estudantes da Licenciatura em Tecnologias da Música que têm participado no REVERBDATA.
IPL/IDI&CA2023/REVERBADATA_ESML
Fundação Calouste Gulbenkian
Grande Auditório
O Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian em Lisboa teve o seu concerto inaugural no dia 3 de Outubro de 1969, um dia após a inauguração oficial deste complexo. Com uma acústica excepcional, a sua concepção e construção visaram acolher diversas actividades culturais, nomeadamente música sinfónica e coral-sinfónica, congressos e conferências, ballet, teatro e cinema. O espaço foi projectado pelos arquitectos portugueses Alberto Pessoa, Pedro Cid e Ruy d’ Athouguia e pelo acústico britânico William Alexander Allen. Renovado em 2014, tendo a ARUP como consultora acústica, o Grande Auditório tem capacidade para 1203 pessoas, distribuídas por 36 filas em 3 níveis distintos.
Mosteiro da Cartuxa
O projeto para uma Igreja Nova nasce com o plano geral do Mosteiro de D. Basílio de Faria, Prior de Vallis Misericordiae entre 1613 e 1621. No entanto a construção da Igreja foi arrastada para uma segunda fase de obras, pois impunha-se a necessidade da construção do Ermitério. Cerca de um século depois, no priorato de D. Luís de Brito (1716 - 1746), reúnem-se as condições económicas que permitem avançar com a segunda fase de construções do Mosteiro Novo, muito graças às esmolas recolhidas por Gregório dos Santos no Brasil, que começaram a chegar a Laveiras no ano 1727. A 25 de março de 1733, realiza-se uma segunda bênção da Igreja e lança-se a primeira pedra da construção, na presença do primeiro patriarca de Lisboa, D. Tomás de Almeida. Segundo alguns autores as obras propriamente ditas, terão iniciado em 1736. Nesse ano, o Frei Gregório consegue arrecadar mais 99.800 reis de benfeitores em Portugal e o Mosteiro recebe uma generosa contribuição do rei D. João V para as obras da Igreja Nova.
Retirado do artigo: Guerin, A.; Marrinhas, M. L.; Bulhões, D. , “Santa Maria Vallis Misericordiae – A Cartuxa em Oeiras”, Municipality of Oeiras, Oeiras 2023.
Igreja
Em 1746 a Igreja já estava edificada e em uso, faltando somente o painel da capela mor, e no frontispício o nicho de Nossa Senhora e fogaréus do seu remate, o que logo se conclui-o. A Igreja Nova é edificada a Sul do Eremitério e alinhada com o eixo deste, como tradição da arquitetura monástico da Ordem de São Bruno. A oeste encontra-se o Claustro Pequeno e respetivas dependências da vida comunitária monástica. A arquitetura e distribuição dos espaços de uma Igreja Cartuxa está ao serviço de um culto que obedecesse a regras e estatutos específicos da Ordem de S. Bruno, razão pela qual o espaço apresenta características próprias da Ordem.
A igreja, de ampla fachada em pedra calcária, é encimada por uma imagem da Virgem com o Menino e foi construída no século XVIII. Pela sua excelente acústica, este espaço tem recebido regularmente concertos da Orquestra Metropolitana de Lisboa e da Orquestra de Cascais e Oeiras.
Coliseu Micaelense
Situado na cidade de Ponta Delgada, é o maior espaço de entretenimento da Região Autónoma dos Açores. Construído em 1917, foi adquirido, remodelado e reinaugurado pela Câmara Municipal de Ponta Delgada em 2005. Pode acolher uma grande variedade de eventos, desde espectáculos em auditório convencional e espectáculos em arena de circo, a espectáculos como café-concerto, concertos de rock, banquetes, casino, congressos, feiras e bailes.
Convento de Cristo
O Convento de Cristo, Património da Humanidade UNESCO, é um conjunto edificado monumental situado na cidade de Tomar. Foi construído continuamente entre os séculos 12 e 16. O Convento de Cristo é conhecido pela sua história templária e pelos seus diversos estilos arquitectónicos e possui uma inegável importância histórica, cultural e arqueológica.
Hoje em dia encontra-se permanentemente aberto ao público e ocasionalmente têm lugar no convento exibições artísticas e eventos culturais como concertos e peças.
Os registos acústicos foram efectuados em 4 espaços significativos do Convento de Cristo: na Igreja do Convento (Charola e Corpo da Igreja), no Claustro Principal D. João III, no Refeitório e na Cisterna (do Claustro dos Corvos), permitindo assim uma preservação bastante completa e única do património acústico do complexo monumental.
Igreja do Convento - Charola e Corpo da Igreja (3º Piso)
Situada no 3º piso, a Igreja do Convento de Cristo é composta pela Charola e pelo Corpo da Igreja.
A Charola é um primitivo oratório românico dos Templários, em forma de rotunda fortificada e inspirado no Templo de Jerusalém, datado do século XII. Dessa época são os capitéis das colunas centrais e a pintura sobre pedra alusiva a São Cristóvão. O Corpo da Igreja, construído na campanha manuelina de 1510-15 por Diogo Arruda e João de Castilho, inclui a nave, coro alto e o coro baixo e foi ligado à Charola por um grande arco rasgado nos muros do velho oratório. O tambor interior da rotunda foi convertido em capela-mor.
Entre 1510-15, D. Manuel I promoveu também o enriquecimento decorativo da Igreja, através de obras de talha, estuque e pintura a fresco e a secco. Datam dessa época a estatuária de madeira da capela-mor e o cadeiral do coro alto – este desaparecido -, trabalhos concebidos pelo escultor flamengo Olivier de Gand e terminados por Fernão Munhoz, assim como o conjunto de tábuas monumentais executadas pelo pintor régio Jorge Afonso. Ainda no século XVI foram acrescentados quadros dos altares periféricos da Charola, de Gregório Lopes (1536-38), e a decoração a fresco do arco triunfal, de Domingos Vieira Serrão e Simão de Abreu (1592-97).
Main Cloister D. João III (1st Floor)
O Claustro Principal (Claustro D. João III), é a obra magna do convento renascentista edificado pelo rei D. João III, extramuros do castelo, e rodeando a nave com que o pai, D. Manuel I, ampliou a igreja templária.
Faz parte do grupo de quatro grandes claustros em torno dos quais assenta a estrutura formal da espacialidade conventual. Contíguo à Igreja do Convento, o Claustro D. João III flanqueia a fachada sul da nave manuelina. A sua traça é diversa da restante arquitectura conventual castilhiana. Refeito após a morte de Diogo de Castilho, por Diogo de Torralva, no estilo maneirista do Cinquecento italiano, este claustro irá receber uma graciosa fonte de água, da lavra de Fernandes Torres, alimentada pela água do aqueduto conventual. É considerado uma obra-prima da Renascença europeia.
Refectory (1st Floor)
O Refeitório, construído por João de Castilho durante a grande campanha de D. João III, deve ter sido concluído entre 1535 e 1536 de acordo com as inscrições nos púlpitos destinados à leitura durante a refeição.
O espaço possui umas interessantes nervuras perspectivadas na abóbada e tem uma antecâmara que serviu de aparador e que comunica com a cozinha. Sob o refeitório localiza-se a adega do vinho e outras dependências de cariz agrícola, em articulação com o laranjal (Horta dos Frades) e a cerca do Convento. A actual organização das mesas deveu-se a obras posteriores, do tempo do Seminário das Missões (1922-92).
Cistern of the Crows’ Cloister (Basement)
A Cisterna (do Claustro dos Corvos), edificado entre 1543 e 1546 por João de Castilho, foi utilizada provavelmente para regas. O próprio Castilho chamou a este espaço o claustro do celeiro. A cisterna tem acesso exclusivo por uma pequena escada, junto à porta da cozinha dos frades.
A Cisterna de formato quadrangular tem duas galerias de dupla arcada separadas por contrafortes, que sobem até ao 3.º registo a sul e oeste, e coberturas e suportes idênticos aos do Claustro da Micha. Rodeiam a quadra 4 corpos de 3 pisos, sendo o lado sul ocupado pelo antigo celeiro (hoje capela), o lado norte pela cozinha (piso térreo) e as celas do noviciado (1.º piso) e o lado este pelo Refeitório e pelas celas do braço sul dos dormitórios.
Escola Superior de Educação de Lisboa
Pode considerar-se que as raízes da ESELx remontam ao reinado português de D. Luís e ao ano de 1862, quando foi criada a Escola Normal Primária de Lisboa. Instalada no Palácio dos Marqueses de Abrantes, em Marvila, esta Escola admitia apenas alunos do sexo masculino. A Escola Normal Feminina, localizada no Calvário, iniciou a sua atividade no ano de 1866. A partir de 1914, as duas Escolas Normais fundiram-se e passariam a funcionar em regime de coeducação, em edifício próprio, localizado na Quinta de Marrocos em Benfica, no ano de 1919. Trata-se do edifício onde hoje se encontra instalada a Escola Superior de Educação de Lisboa.Este edifício tem vindo a sofrer obras de restauro, manutenção e recuperação, as quais têm permitido adaptar, rentabilizar e melhorar os espaços, tornando-os mais funcionais e consentâneos com as atividades que a Escola desenvolve.A ESELx apenas deu início às suas atividades em 1985 com a nomeação da Comissão Instaladora. Durante oito anos, de 1985 a 1993, a Escola desenvolveu atividades nos diversos domínios de intervenção que lhe foram atribuídos - formação inicial, contínua e especializada; profissionalização em serviço; investigação, pesquisa e desenvolvimento; prestação de serviços à comunidade - a par com as tarefas inerentes ao regime de instalação. Em 1 de Janeiro de 1994, na sequência da homologação dos estatutos da Escola, assumiu funções o Conselho Diretivo, eleito pelos membros da comunidade escolar.
Retirado da página do ESELx em "História"
Grande Auditório
Situado na Escola Superior de Educação de Lisboa, tem uma lotação máxima de 300 pessoas e permite uma variedade de eventos culturais como teatro, cinema, concertos e conferências. O espaço dispõe de uma área de plateia plana, com cadeiras individuais e um balcão em formato circular.
Escola Superior de Música de Lisboa
A ESML foi criada em 1983 na sequência da reconversão do Conservatório Nacional, tendo sido integrada no Instituto Politécnico de Lisboa em 1985. A ESML assume como sua a missão da formação artística, técnica, tecnológica e científica, ao mais alto nível, de profissionais na área da Música. Apresenta-se, no panorama nacional e internacional, como uma escola de referência, o que se alicerça não só nas suas origens e na reconhecida qualidade do seu corpo docente de nível internacional, mas também na dinâmica, diversidade, projecção e prestígio das suas realizações artísticas nos domínios da produção e divulgação artística, do ensino e da investigação, as quais ilustram e corporizam o seu compromisso com a constante procura da excelência, de abertura à inovação e à contemporaneidade. Localizada no Campus de Benfica do IPL, dispõe de instalações de reconhecido prestígio internacional no plano arquitectónico, bem como de equipamentos adequados à sua actividade formativa. Na prossecução da sua missão promove um ambiente de ensino/aprendizagem dotado dos mais altos padrões de exigência e de qualidade, orientando os estudantes no sentido do seu desenvolvimento com vista a desempenhos profissionais empreendedores, nacional e internacionalmente competitivos e socialmente relevantes, nas áreas das Artes e Indústrias Musicais.
Retirado da página da ESML em "sobre nós"
Grande Auditório
Também designado Auditório Vianna da Motta localiza-se na Escola Superior de Música de Lisboa. Este espaço foi desenhado pelo arquitecto português Carrilho da Graça e pelo acústico belga Daniel Commins. O palco possui um piso plano de madeira sobre vigas, a zona de audiência está inclinada aproximadamente 20º em relação ao plano horizontal e possui dois lanços de escadas de madeira entre as filas de cadeiras. As paredes que rodeiam o público circundam continuamente o palco numa forma aproximadamente trapezoidal e consistem inteiramente em difusores e reflectores acústicos com formato otimizado para grande escala.
Pequeno Auditório
Localizada na Escola Superior de Música de Lisboa, esta sala foi desenhada pelo arquitecto português Carrilho da Graça. Tem capacidade para 58 pessoas, com características que lhe conferem versatilidade para acolher diversos eventos culturais, como música, conferências, teatro, dança e cinema.
Sala do Orgão
Localizada na Escola de Música de Lisboa, esta sala é específica para a prática e ensaio de música de órgão, realizando também apresentações periódicas para pequenos grupos.
Igreja da Misericórdia da Lourinhã
A Igreja da Misericórdia da Lourinhã remonta a 1626, estando a sua data de construção inscrita no tímpano, à entrada. A fachada da Igreja é de empena de bico e na porta, sobrepujada com tímpano triangular, onde se inscreve a data de 1626 e a frase: "Bem-aventurados os misericordiosos porque alcançarão a misericórdia". No edifício onde se localiza a Igreja, encontra-se um portal Manuelino, de grande valor artístico, que pertenceu à Capela do Espírito Santo.
A Igreja está actualmente inserida no Espaço Museológico da Santa Casa da Misericórdia da Lourinhã. Este espaço, no coração da vila, apresenta um acervo de valor inestimável, com obras de arte sacra, objectos litúrgicos e informação histórica extremamente relevante para entender o papel da Santa Casa da Misericórdia como parte activa no desenvolvimento da vila da Lourinhã, ao longo dos últimos 450 anos.
Lux Frágil
Discoteca
É uma famosa discoteca situada em Lisboa, inaugurada a 29 de Setembro de 1998. O Lux Frágil, para além de bar e discoteca, já recebeu concertos, performances, exposições, apresentações de livros e gravações e até esteve no plateau de muitos programas de televisão.
Teatro Nacional D. Maria II
Auditório Almeida Garrett
É a sala principal do Teatro Nacional D. Maria II em Lisboa. O auditório Almeida Garrett foi projetado pelo arquiteto italiano Fortunato Lodi em formato clássico de ferradura e inaugurado a 13 de abril de 1846. Em 1964, o teatro foi destruído por um incêndio, que levou à reconstrução total do edifício, inaugurado em 1978. O projeto de restauro teve como foco proporcionar as melhores condições acústicas possíveis, visando um tempo de reverberação de 1 segundo. Hoje em dia esta sala ainda é utilizada principalmente para apresentações teatrais, mantendo assim a sua finalidade original.
Convento de S. Domingos
Igreja
Inaugurado a 21 de Março de 1994 pela Ordem Dominicana como o primeiro convento católico masculino construído em Lisboa desde os últimos 250 anos. Projetada pelos arquitetos portugueses José Fernando Gonçalves e João Paulo Providência, é uma igreja moderna, de linhas sóbrias e minimalistas, com um piso retangular e um pé-direito considerável. O espaço possui uma grande janela que se abre para o claustro interior, o chão é ligeiramente inclinado para o altar e a sua decoração interior é também muito minimalista, sem figuras ou imagens.
Cinema S. Jorge
Sala Manoel de Oliveira
A sala principal deste cinema de Lisboa chama-se Manoel de Oliveira (em homenagem ao famoso cineasta português). O cinema foi inaugurado em 1950 e foi remodelado várias vezes, a última remodelação ocorreu em 2001. É uma sala com capacidade para 830 pessoas sentadas dividida em 3 bancadas de audiência.
Detalhes Técnicos
Equipamento usado na Aquisição
O procedimento de aquisição em termos de hardware e software utilizados tornou-se mais ou menos estável. Foram utilizados os seguintes equipamentos:
Fonte Sonora:
Altifalante omni dodecaedro Lookline DL-303.
Microfones:
2 Microfones de medição omnidirecionais Earthworks M30,
1 Cabeça Binaural Enthusiast B1-E com microfones BE-P1,
1 Microfone Sennheiser Ambeo VR,
1 Microfone Ambisonics Zylia ZM-1-3E de 3ª ordem.
Interfaces de Áudio:
Steinberg UR44, ESI U108PRE.
Software:
Scripts e funções personalizadas no GNU Octave 6.4.0, utilizando aritmética FP de dupla precisão e desenvolvida nos últimos anos pelos autores.
Procedimento de Aquisição
O altifalante dodecaedro foi utilizado para irradiar varrimentos sinusoidais exponenciais, ou varrimentos sinusoidais exponenciais sincronizados, gerados no software Octave.
Os varrimentos gravados com o conjunto de microfones foram registados de forma síncrona através da interface de áudio ASIO, compatível com o software Octave o qual calculou as respostas ao impulso correspondentes: estéreo, binaural e Ambisonics formato A de 1ª ordem (quando se utiliza o microfone Sennheiser Ambeo VR). Os varrimentos gravadas pelo microfone Zylia foram registados com o seu software proprietário (Zylia Studio) em ficheiros wave Ambisonics de formato A de 19 canais e as respostas ao impulso correspondentes foram também calculadas em Octave.
As respostas ao impulso foram obtidas desconvolvendo os varrimentos registados com o sinal inverso do varrimento exponencial sinusoidal utilizado e gerado no software Octave. Quando foram utilizados varrimentos sinusoidais exponenciais sincronizados, a deconvolução foi feita analiticamente no domínio da frequência empregando a Transformada de Fourier do sinal sinusoidal varrido de forma sincronizada.
Os varrimentos gravados através de microfones estéreo, binaural e Ambisonics de 1ª ordem foram digitalizados com uma taxa de amostragem de 96 kHz, exceto para as duas aquisições mais antigas (ESML Great e Small Hall) onde foi utilizada uma taxa de amostragem de 44,1 kHz; foi utilizada uma profundidade de quantização FP de 32 bits em todos os casos. Para os varrimentos gravados com o microfone Ambisonics de 3ª ordem foi empregue uma taxa de amostragem de 48 kHz com uma profundidade de quantização FP de 32 bits .
Processamento RIR
O áudio bruto gravado in situ contendo os RIRs foi pós-processado com o propósito de remoção de ruído e para converter as respostas do formato A do Ambisonics em respostas convenientes do formato B. A eliminação de ruído é necessária devido ao ruído de fundo inerente que está presente nos espaços e, em menor grau, também na cadeia de aquisição, que limita a relação sinal-ruído (SNR) alcançável. Os SNRs obtidos (da ordem dos 80 – 90 dB, banda larga) são mais que suficientes para a caracterização dos espaços utilizando parâmetros acústicos de sala standard ISO 3382-1, mas o ruído presente nos RIRs pode ainda ser audível quando utilizados para convolução por reverberação. A solução adoptada consiste em truncar todas as respostas antes do decaimento atingir o nível do ruído de fundo. O procedimento empregue para este truncamento baseia-se no chamado algoritmo de Lundeby, que dá resultados muito bons na maioria dos casos.
Após a remoção de ruído, os principais parâmetros acústicos associados, especificados na norma ISO 3382-1, foram calculados para cada RIR e armazenados em ficheiros de texto. O conjunto de parâmetros calculados inclui os valores da relação sinal-ruído, tempos de reverberação (EDT, T10, T20, T30, T60), índices de clareza (D50, C50, C80), tempos centrais e valores IACC, no caso das respostas binaurais.
A conversão do formato A para o formato B foi realizada no Reaper utilizando os plug-ins proprietários da Sennheiser (Ambeo AB Format Converter, v1.2.0) e da Zylia (Ambisonics Converter v1.7.0).
Detalhes RIR para cada Espaço.
Artigos sobre REVERBDATA
- D. Alarcão, A. Couto Pinto – ” The REVERBDATA Room impulse response database“, AES Europe 2024, Madrid, Spain, 15 – 17 June 2024 (https://aes2.org/publications/elibrary-page/?id=22551)
- D. Alarcão, A. Couto Pinto, G. Marramaque, F. Mendonça – ” REVERBDATA – a RIR database of Portuguese architectonic spaces“, TECNIACÚSTICA 2024, Faro, Portugal, 11 – 13 September 2024 (https://www.sea-acustica.es/publicaciones-congresos/)
Contactos
Prof. Dr. Diogo Alarcão
CESEM – Centro de Estudos de Sociologia e Estética da Música
ESML - Tecnologias da Música, Escola Superior de Música de Lisboa
IPL - Instituto Politécnico de Lisboa
email: dalarcao@esml.ipl.pt
Prof. Dr. António Couto Pinto
CEDET - Centro de Estudos e Desenvolvimento de Electrónica e Telecomunicações
ISEL - Instituto Superior de Engenharia de Lisboa
ESML - Tecnologias da Música, Escola Superior de Música de Lisboa
IPL - Instituto Politécnico de Lisboa
email: apinto@esml.ipl.pt